sexta-feira, 8 de maio de 2015

O BISPO

     Já recebi alguns e-mails e comentários anônimos dizendo que crio muitas coisas desse Blog, que muita coisa que está escrita aqui não é verdade, que não sou policial, não sou evangélico e talvez poderia ser até mulher... Ok... no começo eu respondia, hoje ignoro.


     Agradeço quem me acompanha, e posso dizer que tudo que escrevo aqui é 95% verdade. Como meus pais, meus irmãos, meus sobrinhos, meus tios, meus amigos, meus colegas de trabalho não sabem que sinto atração física por homem, prefiro omitir alguns pequenos dados para que algum dia caso algum conhecido venha parar nesse Blog, antes de se ligar que sou eu, tenha pelo menos dúvida e não certeza.


     Sem mais delongas...   Senhores (e senhoras) a história que vou contar agora é a única coisa desse Blog que não garanto que seja verdade. Poderá ser algo real ou fruto da minha fértil imaginação... Mesmo aos amigos que tenho um contato mais próximo pelos meios virtuais, não relatarei se esse post é real ou não...  Diferente dos outros posts... esse será um pouco mais longo... Senta que lá vem história...




ERA UMA VEZ... um leitor desse Blog chamado Malthus... 31 anos, casado, pai de um casal de crianças, morava no Estado de Minas Gerais, entrou em contato comigo por sentir atração física por homens, segundo ele nunca tinha falado esses desejos para ninguém, se sentia angustiado e com o peso do mundo em suas costas, pois além disso era líder de pastores em uma famosa congregação religiosa...


Tínhamos uma química absurda para conversar e falávamos sobre tudo... com o tempo ganhamos a confiança um do outro... Ele me mostrava fotos de sua bela esposa, seus filhos também lindos, dos passeios e palestras que fazia pelo Brasil. Eu dizia a ele que a vida dele era a vida que eu gostaria de ter: viajar e ter uma família abençoada. Ele sempre levantava minha moral dizendo que se eu quisesse ainda daria tempo, pois eu era novo. Eu dizia a ele que tinha medo de com o tempo me enjoar da minha esposa e não querer fazer sexo com ela, ele dizia que se eu dedicasse só a ela não teria esse problema, e que se ele conseguiu eu também conseguiria, pois todo casal aprende a se amar, na conjuntura total da palavra.


O tempo foi passando e nossa amizade aumentando. De repente fiquei viciado em conversar com ele e ele comigo. Falava tudo que eu fazia pra ele, pedia conselhos. Via pela internet várias reuniões que ele fazia e aprendi muito com ele no que se referia a "fé".



Até esse momento tudo perfeito, se ele não fosse participar aqui em São Paulo de um Congresso Internacional de Ministros Evangélicos, no Memorial da América Latina. Ele seria um dos palestrantes... E assim ocorreu...


Ele me convidou para jantar com ele após sua palestra e assim combinamos. Fui de metrô até a Barra Funda e ele me pegou na estação, porém quando o vi já fiquei perturbado, ele era muito mais bonito pessoalmente... E devo confessar outra coisa aqui, antes de encontrá-lo bati uma punheta pensando nele, nas fotos que o vi, justamente para me aliviar e segurar a onda ao vê-lo. Foi em vão... Quando vi ele com um terno todo preto minhas pernas bambearam...


Entrei no carro que ele estava, nos cumprimentamos, ele disse que conhecia pouco SP então fomos para uma pizzaria que vou com frequência. Jantamos, conversamos. E após a janta ele disse: e agora?. Falei pra ele me levar pra casa pois tava tarde, fui guiando ele...  Fomos parar na Rodovia Raposo Tavares, falei pra ele encostar o carro, estávamos ao lado de um motel.


Fui malvado, confesso. Falei pra ele que se ele quisesse entrar era agora ou nunca. Meu coração batia forte. Ele ficou meio nervoso, tremulo, disse que sabia que eu estava levando ele pra lá. Ele olhava para os lados meio perturbado, pensava... disse que queria mas não conseguia entrar. Pediu desculpas e passou reto.


Mais a frente ele freou o carro e disse que seria agora ou nunca, que queria mas não conseguiria, que estava nervoso. Ele falou "quer saber, vamos". Entramos no motel. Ele tremendo. Eu tremendo. Nunca imaginei que 14 anos depois saindo com homem eu ainda poderia ficar nervoso, e assim eu estava, mas procurei ficar calmo e passar calma pra ele pois ele nunca tinha nem beijado um kra na boca.


Entramos no quarto... estávamos nervosos.... apaguei as luzes... ele foi no banheiro, eu deitei na cama. Ao voltar do banheiro pedi pra ele deixar a luz acesa e só um pouco da porta aberta para o quarto ficar meia luz, sabia que ele ficaria tímido por ser o primeiro contato íntimo dele com um homem. Tirei minha camisa... Ele tirou o terno... deitei na cama, ele iria tirar a roupa dele, falei pra ele não tirar ainda, só deitar e me abraçar, e assim ele fez. Deitou, nos beijamos lentamente, sem pressa... Ele acariciou os pelos do meu peito, ficamos assim um tempão. Nos beijamos com mais força, fomos tirando peça a peça de roupa e transamos. Transamos como se já nos conhecêssemos, apesar de ter sido a primeira vez que nos vimos pessoalmente e ter sido a primeira vez dele pareceu que já tínhamos transado anteriormente. Foi muito bom no que se refere a tesão e cumplicidade.


Ficamos deitado por um tempo. O telefone dele tocou, ele se levantou para atender, era a esposa dele lá em Minas, preocupada com ele. Eles conversaram rapidamente, ele perguntou das crianças. Eu estava deitado na cama olhando pro teto, senti uma angústia tão forte que não consegui segurar uma lágrima que escorreu no meu rosto, me senti um lixo de pessoa naquele momento. Mas pensei comigo mesmo: preciso segurar a onda. E se tem uma coisa que eu sou bom é disfarçar emoções, quem vive no armário consegue ser craque nisso.


Tomamos um banho e ele me levou até em casa. No caminho ele disse que estava bem, pra eu não me preocupar, porém o clima entre nós era outro, sutil, de leve, mas era outro.


Cheguei em casa e a ficha começou a cair, o que eu tinha feito... Cheguei sem energia nenhuma, fui até o Thor (meu dog) e brinquei com ele um pouco... Mil coisas passaram pela minha cabeça...



Uma semana depois recebi uma ligação



Era um tal de Bispo Tomé, queria conversar comigo pessoalmente. Perguntei quem ele era e ele não se identificou, eu disse que iria desligar. Ele disse que era da igreja do Malthus e gostaria de conversar comigo na sede da igreja deles, lá no Brás. Eu disse que estava ocupado e não poderia ir. Ele implorou dizendo que era para o meu bem e o do Malthus. Tentei ligar para Malthus e só dava caixa postal. Marquei no dia seguinte de ir até lá às três da tarde. Liguei pra Elis dizendo que iria, ela quis ir comigo mas preferi ir sozinho, avisei mais para descargo de consciência. Confesso que fui com um pouco de receio, mas fui, mais por curiosidade do que outra coisa.


Chegando lá, um lugar extremamente grandioso, disse que gostaria de falar com o Bispo Tomé que ele estava me aguardando, os obreiro me levaram até ele em uma sala. Fui bem recebido, me sentei, ficamos sozinhos. Ele disse que sabia tudo que ocorreu entre eu e Malthus, disse que conhecia a existência do meu Blog, perguntei como ele sabia, e ele disse que isso não era importante, que era o de menos.


Perguntou se eu não tinha pecado demais, contas demais pra prestar a Deus, se eu não achava que já estava bom ter feito tudo que já fiz na vida. Perguntou se eu não pensava na salvação da minha alma, que tudo que acontece de ruim no mundo tem um fim. Disse que de todos os pecados que eu cometi esse era o mais grave, é o mais mortal de todos, querer desencaminhar e corromper um bispo, querer fazer um bispo cair em tentação.

Disse também que eu estava armando ciladas, emboscadas, usando todos os artifícios para que o bispo vire as costas pra Cristo e olhasse para mim. Disse que eu não percebia mas era o demônio que estava comandando meus pensamento e ações, perguntou se eu não temia a resposta de Deus, se eu não temia as chamas do inferno. Falou para eu procurar me arrepender agora porque depois da morte não adiantava arrependimento. Disse para eu esquecer Malthus, o bispo. Me chamou de filho e disse que se eu quisesse continuar nesse mundo imundo gay, que dedicasse minhas energias a outro homem que não esteja compromissado mais do que com sua esposa, mas com Deus. Disse que tinha certeza que eu sai do motel incomodado, e que fui incomodado pelo Espírito Santo e pela minha consciência, pois sabia que eu já tinha visto fotos da esposa e filhos de Malthus e pra eu fazer um trabalho de consciência...


Sai mal de lá... baixei o aplicativo Growlr... queria encontrar alguém apenas para chupar meu pau para eu desestressar... odeio deixar antigos vícios me dominar... no meio de um milhão de Peão encontrei um kra branco, peludo, nerd para fazer esse serviço e ele fez com maestria.



Quanto a Malthus, a notícia que tive é que ele foi transferido para a Argentina. FIM.



                  


3 comentários:

  1. Caracas.
    Tô de boca aberta com essa história...
    Kkkk

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  2. Eu teria mandado esse Bispo que te falou aquele monte de asneiras ir tomar bem no meio do cú!!!

    Qualquer um sabe que a vida,a história e teologia cristã são feitas de SACRIFÍCIOS!!
    Abrir mão de certas e muitas coisas em detrimento de outras.
    Abrir mão do passageiro em detrimento do perene.

    Foi assim com Jesus Cristo,Noé,Abraão,Moisés,São Francisco(ops!protestantes não acreditam em santos,não é?)
    E tantos outros casos na Bíblia e na história cristã!
    Por acaso esse bipo não reconhece o TEU sacrifício?
    Sacrificar a salvação da tua alma,da tua danação eterna no inferno?
    Pra te acusar de pecador e te condenar ao inferno todo mundo serve,mas pra reconhecer o teu sacrifício e considerá-lo digno perante Deus NINGUÉM serve.

    Por acaso abrir mão de ter uma família,o amor de uma mulher e filhos,não é um sacrifício?
    Abrir mão do amor e do respeito da tua própria família e amigos não é um sacrifício?
    Ser condenado socialmente a viver se escondendo e relegado ás sombras para poder amar,NÃO É um sacrifício?

    O ÚNICO que tem poder para guiar e julgar nossos sacrifícios é Deus.
    Ora! Até lá,na hora do Teu julgamento perante Deus,as palavras do homem não passam de letra morta!
    Qualquer homem,por mais que seja um bispo,não passa de um pregador ao vento,falando com as paredes enquanto não for julgado por Deus.

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  3. Da próxima vez que alguém vier julgar ou condenar os teus sacrifícios,pergunte a essa pessoa,QUANTOS sacrifícios ela fez até agora?
    Quem deu o poder a essa pessoa de determinar o que é sacrifício e o que não é?

    Lembre-se! O amor e a fé são perenes,as palavras e condenações do homem,NÃO SÃO!

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