domingo, 16 de setembro de 2018

Cai no golpe da barriga

     Novembro do ano passado conheci uma mulher chamada Iara no facebook, em uma comunidade chamada Coparentalidade. Eu estava lá procurando uma mãe para meu filho e na teoria ela estava lá procurando um pai para o filho dela.

     Nos encontramos pessoalmente e decidimos que faríamos a coparentalidade. Mostrei meus exames de dst pra ela, ela mostrou os dela pra mim. Ela me disse que havia passado no ginecologista e estava tudo apto para realizarmos nossos sonhos. Saímos duas vezes para tentar. Fizemos a Inseminação Artificial caseira pois namoro e não achava bacana transar com ela. Inseminação Artificial caseira. Semanas depois ela disse que estava gravida. Até abril desse ano eu tinha contato com ela, depois disso ela simplesmente DESAPARECEU. Mas antes disso ela demonstrou estar apaixonada por mim, falei que não poderíamos ter nada pois eu estava namorando um cara. Cheguei a vê-la com barriga (ou seja, ela realmente estava gravida). Ela mudou de telefone. Sumiu do facebook. Pra piorar, eu tinha todos os dados dela (endereço, documentos) no meu celular mas ele travou e foi preciso formatar e perdi tudo). Agora o telefone dela só dá caixa postal. Só tenho fotos dela e os prints da conversa.
 


     Queria manter tudo de forma discreta pra mim e pra ela pra não expor a criança, mas ela não permitiu isso. Meu objetivo é achá-la através do  número de celular que eu falava com ela, processá-la e exigir o dna. Loucura tudo isso né? Ela brincou com algo que não se pode brincar: sonho de alguém. Vamos ver o que vai dar essa história. Vou pagar pra um detetive me passar os dados dela pelo número de telefone que ela tinha.




domingo, 9 de setembro de 2018

a Solidão de ser Gay

     Nossa, mais de 2 meses que não entro no meu Armário Virtual, tava com saudades. Vários e-mails e comentários. Consegui responder metade, essa semana respondo a outra metade.

     Estou com 35 anos, meus amigos do passado (da rua, da igreja, primos) ou estão casados com suas famílias ou estão namorando. No meu trabalho a vida social dos meus colegas se resumem a ir pro puteiro (curto muito isso, mas por estar namorando não faço) ou encontros entre eles e suas namoradas e esposas com outras esposas. Por motivos óbvios não vou pra um nem pra outro: putaria não vou porque namoro e sou leal. Encontros familiares também não rola pois não tenho "família".

     Tenho um conhecido que mês passado fez um cruzeiro internacional só de gays, ele era amigo do Marcos, outro dia conversando com ele, ele falou que não tinha filhos, nem família e que trabalhava muito, se não gastasse o dinheiro viajando e curtindo a vida deixaria pra família que nem fala com ele.


     Tenho outro conhecido que foi policial militar, era casado... largou tudo por causa de um romance avassalador. Hoje tem quase 50 anos, os filhos não ligam pra ele, a ex mulher não quer olhar na cara. Mês passado ele foi sozinho pra Fernando de Noronha curtir as férias e postava as fotos nas redes sociais. Eu via tanta solidão e tanta tristeza nas fotos. Essa semana ele postou algo triste no whats app eu puxei assunto, ele falou que vive numa solidão que chega a doer.


     Meu, às vezes tenho medo sabia? Os anos estão passando rápido demais. Ontem eu tinha 18 anos e tava entrando na PM com toda força do mundo. Hoje estou com 35 anos, meio perdido profissionalmente (não sei o que quero da minha vida), metabolismo mais lento, cabelo com várias entradas, vários fios brancos, namorando um cara que sei que me ama e eu o amo mas nos vemos 1 x por semana, não conheço ninguém do mundo dele e ele não conhece praticamente ninguém do meu mundo, meus amigos todos casados e com suas famílias (eu fico até sem graça de ir nas festas deles, pois todos vão com suas famílias e eu se for é sozinho).


     Porém também não quero viver num mundo seleto de gays, em lugares gays, em viagens gays, em divertimentos gays. Não entendam isso como preconceito de um kra que é gay (agora assumido 😄). Nem sei se consegui passar nesse post o que estou sentindo. Tentando resumir: não quero me isolar das pessoas por eu ser gay. Não quero viver sozinho porque sou gay e as pessoas que eu gosto tem seus pares (esposas/maridos) e as coisas que fazem são entre eles e seus pares ou programas de casais. Enfim, sei que ficou confuso, rs.



     De novo: tava com saudades do meu blog, vou tentar escrever aqui uma vez por semana pelo menos. E vou ver se crio vergonha na cara e faço um Canal pro Youtube focado nesse Blog ou sobre pessoas que vivem no armário. Tenho um canal no youtube mas é pro cara que tá por trás do Danilo (um tal de Daniel).


     Forte abraço meus queridos, li muitos e-mails e comentários de gente que está triste, não se aceita como é e ainda vivem em guerras difíceis que eu já vivi. Pra vocês só um conselho: se amem, se cuidem, se valorizem, sejam foda independente de viverem no armário ou não.