sábado, 22 de julho de 2017

Crítica: novela A Força do Querer

     O Brasil está FERRADO. Crise econômica, mais de 14 milhões de nego desempregado, cada dia um escândalo político (nenhum político e nenhum partido de salva)... É bom termos um pouco de pão e circo pra aliviar a tensão do dia a dia. 


     Glória Perez é minha autora de novela preferida, suas novelas são mais que entretenimento. Em 1990 eu já tenho lembrança da novela Barriga de Aluguel onde falava de inseminação artificial, barriga de aluguel e conflitos com a guarda da criança. Em 1992 ela escreveu De Corpo e Alma em que contava a história de uma mulher que morre em um acidente de carro e seu coração é transplantado para outra mulher; essa nova mulher que recebe o coração acaba se apaixonando pelo homem que a antiga dona do coração era apaixonada, nessa novela infelizmente a filha da autora, Daniela Perez, foi assassinada por um colega de trabalho; nessa época também o Incor recebeu recorde de doação de corações. Em 1995 aprendemos sobre a cultura cigana na novela Explode Coração. Em 2001 ela escreveu O Clone onde abordou cultura árabe, clonagem humana e de forma direta e reta sobre a desgraça que as drogas causam na vida das pessoas, todo final de capítulo alguém dava um depoimento falando da sua relação com diversos tipo de drogas; nessa época eu era fã do casal Jade e Lucas, hoje acho Lucas um cuzão covarde que sempre deixou a Jade na mão, ela sim o amava, largou e arriscou tudo por ele. 2005 foi a vez de América entrar em nossas casas, não teve muito sucesso de audiência mas eu curti muito, inclusive foram as melhores chamadas que já assisti, a novela falava sobre Sonhos, falou sobre rodeio, imigração legal e ilegal, um cowboy gay (muito fofo o Bruno Gagliasso no papel) e cleptomania. 2009 fomos conhecer as tradições indianas através de Caminho das Índias , fomos apresentados ao gostoso do Rodrigo Lombardi (Raj), de forma didática e envolvente aprendemos psicopatia, esquizofrenia e nos divertimos com Norminha dando leitinho pra Abel. Em 2012 foi a vez de Salve Jorge, como dizia na chamada: uma história de guerreiros. E foi mesmo, contou a história de Morena que morava no morro do Alemão, vivia uma vida de dificuldades e foi traficada para a Turquia e obrigada a se prostituir. Além de entendermos o mundo da prostituição humana por diversos anglos, aprendemos também a cultura turca, um pouco do exército (o namorado da Morena era capitão) e nos apaixonamos pela delegada Helô. (Glória também escreveu o seriado Hilda Furacão - que sou fã - e Dupla Identidade que também gosto muito).

     E enfim, em 2017 após alguns anos com as novela das 9 dando pouca audiência, surge A Força do Querer pra voltar a fazermos nos apaixonar pela história e pelos personagens. O título da novela já nos encanta "A força do querer". Todo ser humano quer algo, todo mundo tem um sonho, um desejo, um objetivo... Eu mesmo como todo brasileiro sempre sonhei ter minha casa própria (já tenho, ufa) e ser pai. Pensei que o primeiro sonho seria mais difícil e pra minha surpresa foi até fácil. 


     A novela começou no Pará mostrando a cultura daquele lugar, lendas do boto, das sereias... entre essa galera está Ritinha (Isis Valverde) que está extremamente bonita nessa novela, ela é noiva de Zeca (Marco Pigossi) (gostoso pra caralho, diga-se de passagem) e larga o namorado par aficar com o chato (e rico) do Ruy. Ritinha gosta de brincar com o sentimento dos dois, e se casa com Ruy esperando um filho de Zeca. Na casa de Ruy, Ritinha sofre com as diferenças culturais e financeiras da família do atual marido. 


     Ritinha vai morar com Rui na casa dos pais dele e de sua irmã Yvana. Yvana não se sente bem no próprio corpo e no decorrer da história começa sua jornada em busca de paz e auto aceitação, no decorrer é revelado que se trata de um homem em um corpo feminino, e como conflito pouco é bobagem Yvana é apaixonada por um kra chamado Cláudio. Ou seja, é um homem homossexual em um corpo de mulher. Loucura né? A história tem se desenrolado e vamos ver onde isso vai parar, o que podemos ver é uma excelente interpretação da atriz Carol Duarte.


     Zeca ao chegar no Rio de Janeiro, para esquecer Ritinha se envolve com a policial Jeiza, interpretada de forma perfeita pela Paola Oliveira, Jeiza além de ser policial é lutadora de MMA, é perfeita em tudo que faz. Jeiza será odiada por Bibi.


     Fabiana, conhecida como Bibi, que no começo da novela vivia uma paixão avassaladora com Caio, um advogado guerreiro que sempre lutou para crescer na vida. Isso deixava Bibi enciumada pois ela queria que o namorado desse mais atenção pra ela invés de ficar estudando ou cuidando da carreira. Os dois se separam. Bibi encontra um namorado que cobre ela de mimos, da muita atenção a ela. O problema é que esse novo namorado é traficante e aos poucos observamos Bibi se envolvendo nesse mundo por amor ao namorado. Jeiza prende o namorado de Bibi o que cria um grande ódio. Os caminhos de Caio e Bibi se cruzarão pois Caio está entrando para a área de segurança pública. Essa semana mesmo teve uma cena emocionante na novela em que os traficantes estão para atirarem em Caio sem ele ver, e Bibi empurra o traficante e salva o ex namorado. 


     Temos também Silvana viciada em pôquer, que jura não ser jogadora compulsiva... Destaque para  Nonato (Silvero Pereira) que faz a travesti Elis Miranda. De dia ele é motorista particular de um homem homofóbico e a noite se transforma. 



     São muitos personagens (como todas as novelas da Glória), cada um com seu drama, sonhos e vontade de ser feliz. Vale a pena dar uma conferida.












sexta-feira, 14 de julho de 2017

Sonho de Ser Pai

     Desde que me entendo por gente quero ser pai. 


     O motivo não sei, mas desconfio que por ter tido um pai violento, drogado, que trazia traficante pra porta de casa e sempre foi ausente. Não tenho boas lembranças com meu pai. Talvez desde muito cedo transferi essa necessidade de tudo que poderia ter vivido com ele para meu filho. Tudo que aprendi sobre a vida, sobre sexualidade, foi dando a cara a tapa. Desde cedo (antes dos 15 anos) acabei ajudando minha mãe em casa e cuidando do meu irmão 7 anos mais novo. Queria ter tido uma infância mais tranquila, só estudar mas as condições financeiras (que era obrigação do meu pai suprir em casa) não permitiam então minha mãe e minha tia faziam coxinhas (cruas) e eu saia com meus primos de porta em porta vendendo. Mais pra frente trocamos o produto por panos de prato, comprávamos na Rua Bresser, no Brás, e revendíamos. Depois virei camelô oficialmente, com barraca e tudo no bairro de Pinheiros, no começo era difícil, sai correndo do rapa várias vezes, depois conseguimos licença. Até que aos 18 anos fiz o concurso da PM e passei. Por que to falando tudo isso? Porque eu não precisaria ter vendido coxinha e pano de prato de porta em porta, não precisaria ter corrido do rapa, poderia ter pegado esse período pra estudar, pra ter uma adolescência "tranquila"... tudo isso se o kra que me colocou no mundo tivesse feito o básico de um pai: suprir a necessidade financeiras, afetivas e um apoio. Não tive isso. A vida seguiu. Do meu jeito dei um jeito no que pude. Porém a necessidade de ser pai sempre existiu, desde que eu era pré adolescente. 



     Odeio usar meu blog pra vitimizar, a única putaria que curto aqui são as pirocas que chupei e os cus e bucetas que comi. Mas às vezes é necessário eu relembrar tudo, organizar as ideias para saber de onde eu vim e pra onde irei. 


     Esse meu sonho sempre foi um Norte na minha vida. Sempre que eu estava meio perdido (e olha que que não foram pouco esses momentos) eu sabia o caminho de volta pra sanidade, pois eu tenho um propósito, esse meu sonho me ajuda a não viver por viver, me ajuda nos momentos de falta de amor próprio encontrar esse amor em algum lugar, pois eu quero ser muito foda na vida do meu príncipe ou da minha princesa.


     Já tentei várias vezes pelo método natural, já tentei pelo método de inseminação caseira, já achei que minha gala fosse infértil mas esse ano fiz o espermograma e no exame o urologista falou que está tudo ótimo comigo. Quero ter um filho porque tenho muito amor pra dar pra ele, tenho muita vontade de formar um cidadão forte e gente boa. Já estou com 34 anos. Não posso mais brincar e adiar esse sonho. No momento essa é minha prioridade na minha vida. Assim que algumas pendências financeiras forem resolvidas vou colocar em prática algo que estou planejando há muito tempo. Preciso ser pai.