O tempo foi passando e isso foi virando um hábito e em certos momentos até um vício. Acontecia alguma coisa eu tinha que escrever. Porém nunca escrevia sobre sexualidade. Sempre tive medo de alguém descobrir que sinto atração física por homem. Então essa foi uma parte que eu sempre ocultei nos meus "diários".
Há uns 8 anos criei um Blog "Gay no Armário" porém na época eu mal sabia mexer em internet, achava tudo muito difícil, e pra complicar as ferramentas virtuais eram todas em inglês. Acabei desistindo. Pouco tempo depois criei uma comunidade no orkut chamada "Meu Diário" e com as facilidades do orkut usei-a por um bom tempo para desabafar, e consegui. Não só consegui desabafar como fiz vários "amigos virtuais" por lá. Porém, em um certo momento eu já não conseguia ser eu lá. Teve um momento em que eu tinha vergonha, receio, pudor. Já não conseguia escrever e FODA-SE a opinião de quem tá lendo. Até porque a idéia é eu escrever pra mim, caso alguém se identifique ou goste: que bom obrigado. Mas a intenção maior é eu desabafar. E isso eu sempre conseguia quando escrevia no antigo "Gay no Armário" e posteriormente na comunidade "Meu Diário". E por incrível que pareça depois que escrevi o tópico de ontem Que Deus me de força, fui dormir muito mais tranquilo, e hoje meu dia foi muito mais leve.
Enfim, eu que não sou simpatizante de psicólogos PRECISO escrever. Ou escrevo ou enlouqueço.
"Descobri" seu blog a pouco tempo. E comungo, assim como você, de algo que acho libertador: escrever. Descobrir algo que nos faça sentir a liberdade é quase uma transgressão, quando este ato é paralelo à nossa realidade cotidiana. Quero parabenizá-lo. Deixar aqui registrado meu respeito e admiração pela coragem. Há tempos penso em criar um canal onde eu possa expor o que em mim muitas vezes são pensamentos soltos, palavras presas... escrevo há anos, mas ainda não consigo expor. Quem sabe, vendo este seu exemplo, me encorajo. Também sou gay, e já vivi e passei por vários conflitos. Alguns cairam por terra e me permiti viver, outros ainda me rodeiam; mas penso que assim é a vida, uma engrenagem que nos desafia a conquistar o melhor que há em nós e com isso nos permitir ser quem somos. Grande abraço.
ResponderExcluir