quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Reencontro

- Alô
- (silêncio do outro lado da linha)
- Alôu
- Oi
- Quem é?
- Sou eu
- Eu quem?
- Rosângela, já esqueceu de mim?
- Claro que não, é que vc me ligou com Identificação Restrita
- Desculpa
- Como vai você, tudo na paz?
- Tudo, queria te ver?
- Mas e seu marido, seus filhos?
- Ele tá viajando a trabalho e os meninos eu vou pedir pra minha mãe ficar com eles.
- Onde e que horas?
- Saio às 6 do meu serviço, pode ser 7 horas no shopping Eldorado amanhã?
- Amanhã eu trabalho até às 7, não vou conseguir chegar 7 horas lá.
- Pode ser 8 horas então?
- Claro, quando tiver chegando te ligo.
- Tá bom, um beijo.
- Outro, té amanhã.

Ontem Reencontrei minha ex namorada que eu não a via há 7 anos. Ela me adicionou no facebook há um mês mais ou menos, mas ficamos só nos falando pela internet. Até que ela tomou a atitude de me ligar, queria me ver. Eu já tava percebendo que ela não reapareceu na minha vida a toa, queria alguma coisa, e eu estava certo.

Sai do meu serviço e nem me troquei, fui direto para o shopping Eldorado, liguei pra ela e a peguei no estacionamento. Ela estava simplesmente linda. Ela entrou no meu carro, nos beijamos no rosto. Ficamos um pouco dentro do meu carro conversando sobre o que estávamos fazendo da vida. Falando as mesmas coisas que já havíamos conversando diversas vezes no face. Perguntei se ela queria ir pra um lugar mais sossegado, ela caiu na risada, falou que eu não mudei o discurso para convidá-la a ir a um motel. Ri também e lembrei que nunca fui direto nesse lance de convidá-la pra ir pro motel, sempre convidava pra ir em um lugar mais confortável.

Antes de encontrá-la eu decidi pra mim mesmo que aquela seria a primeira e última vez que eu a encontraria após esses sete anos. Por isso quis que tudo fosse perfeito. Levei ela em um motel que ficava perto do shopping, um dos melhores motéis de São Paulo na minha opinião, o Asturias. Entrei, fomos pro quarto. Eu estava praticamente tremendo, nervoso, preocupado com tudo, se eu tinha mudado muito, se ela ainda me achava atraente.

Nos beijamos, fomos tirando nossa roupa pouco a pouco e fizemos amor. Aliás, eu fiz amor como há muito tempo não tinha feito com homem ou com mulher. Nossa química sempre foi forte e alguns anos depois continuou forte. Gozamos. Fomos pra hidromassagem e abrimo o teto solar, a lua estava cheia, o céu limpo, um verdadeiro presente para nosso reencontro. Deixamos a luz quase apagada e ficamos lá nos abraçando, nos beijando

Perguntei pra ela por que ela me procurou agora, depois que casou, que constituiu uma família. Ela falou que não conseguiu me esquecer nunca, que eu não devia ter sumido da vida dela do nada, sem explicar, e que tentou me procurar depois do namoro mas não conseguiu, até que conheceu o kra e as coisas foram acontecendo rápido demais. Eu falei pra ela que eu não me sentiria bem em ser amante dela, pois eu gostei muito dela, falei que ela foi a mulher da minha vida, a única mulher que eu amei. Nesse momento os olhos dela encheram de lágrimas e os meus também, nos abraçamos e ficamos um tempo assim.

Depois fomos pra cama, ela fez uma massagem em mim com um óleo que tinha lá no quarto. Voltamos a nos beijar e transamos novamente. Foi bom demais, melhor até do que há 7 anos.

Ficamos deitados de conchinha, eu passando a mão de leve pelo corpo dela e sentindo pelos meus dedos que ela ficava arrepiada... Conversamos mais um pouco enquanto estávamos deitados, e mais uma vez eu falei pra ela que eu não poderia mais vê-la, que já que não deu certo no passado precisávamos seguir nossas vidas, falei mais uma vez que eu queria que tudo tivesse sido diferente, falei que eu torcia de coração para que ela fosse muito feliz no casamento dela. Ela também disse coisas boas a meu respeito, que eu encontre uma mulher que me faça feliz. Perguntei porque ela me procurou e ela se resumiu a dizer que tava com saudades.

Tomamos banho, ela primeiro depois eu. Nos beijamos, fomos para o carro e a levei até a casa da mãe dela, já passava das três da manhã. Não nos beijamos na boca, apenas no rosto.

Chegando em casa exclui ela do facebook, apaguei as fotos dela do meu pc, apaguei o número dela do meu celular. Espero que ela não me ligue novamente, se ligar vou mudar meu número de telefone.

Esse reencontro espero que tenha sido para enterrar sentimentos que eu tinha por ela, talvez esse reencontro foi a despedida que a gente precisava ter tido há sete anos e não tivemos. Ficar imaginando como seria se eu estivesse com ela só me faria sofrer. Pra mim esse reencontro foi um ponto final.

Ficar preso no passado, imaginando coisas só será atraso de vida. E ser amante dela ou de quem quer que seja está fora de cogitação.

Cheguei em casa feliz apesar de tudo. Já hoje estou triste. Eu não quis ser homossexual, eu não quis sentir atração física por homens, isso só me trouxe mais tristezas do que alegria.


 


3 comentários:

  1. Oi, td bem?
    Faz um tempinho que por um acaso conheci seu blog e costumo ler.
    Senti um pouco dessa tristeza pois tive um longo relacionamento de 5 anos com outro cara e faz 1 ano que terminamos e não consigo ainda tirar ele da cabeça.
    Temo ficar igual ela...anos pensando...sinceramente torço e oro pra que isso não aconteça pois todos precisamos enterrar o passado para continuar a vida...seguir em frente.
    Gostei da sua sinceridade com ela de dizer que ali era um ponto final e teve uma atitude de homem de verdade, parabéns!
    Tem algum e-mail que eu possa conversar um assunto particular contigo?

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  2. Li esse post e os outros dois. Não sei como está tua vida hoje, pois estou endo o blog do início e meu comentário pode ficar meio sem sentido.

    A Rosângela te ama. Por completo. Ela sabe de você mais do que possa imaginar e ainda assim ela quer você.

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