Em que momento ser Gay passou a ser errado - história da homossexualidade

     Nos tempos de Alexandre - o Grande e do imperador César até a bosta da Idade Média não existia nome para a Homossexualidade porque ninguém achava nada demais!!! Naquela época não havia necessidade de distinguir o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, o conceito de homossexualidade simplesmente não existia. 

     Um dos Códigos de Leis mais antigos do mundo  (Hammurabi - da antiga Mesopotâmia - 1.750 antes de Cristo) contém alguns privilégios que deveriam ser dados aos prostitutos que participavam dos cultos religiosos. Os putos tinham relações com homens devotos dentro dos templos da Mesopotâmia, Egito, Índia e outros lugares. Descendente do Código Hammurabi, as leis hititas chegaram a reconhecer união entre pessoas do mesmo sexo (isso foi há mais de 3 mil anos, tudo normal!!!)

     Na Grécia e Roma antiga era comum homens mais velhos terem relações sexuais com homens mais jovens. O famoso Sócrates era adepto do amor homossexual e dizia que o amor entre iguais era uma forma de "inspiração" e o sexo heterossexual servia apenas pra procriar (concordo Sócrão).

     Em Atenas era comum os jovens ter laços de amizade e amor com homens mais velhos com o intuito de absorver seus conhecimentos de filosofia. Depois dos 12 anos (desde que o garoto concordasse) transformava-se em um parceiro passivo até os 18 anos. Geralmente aos 25 anos esperava-se que assumisse o papel de ativo. 

     Entre os romanos, os ideais amorosos eram semelhantes aos dos gregos, mas com uma hierarquia mais forte. A relação entre um homem adulto e um rapaz mais jovem era encarado como um sentimento puro. Os adultos passivos eram encarados com desprezo pela sociedade, ao ponto de nem poder exercer cargo público. 

     Os judeus já pregavam que sexo tinha um único objetivo: "crescei e multiplicai-vos". Até início do séc. 4 essa ideia ficou restrita a turma dos circuncidados (turma essa que eu acho linda) e alguns poucos cristãos. Nesse período o imperador Constantino converteu-se a fé cristã (não porque ele acreditava, mas porque ele precisava controlar a quantidade de cristãos que estavam começando a dar problemas. Religião = Controle). Mais que isso, Constantino obrigou que todos se tornassem cristãos e sexo passou apenas para gerar filhos.         

     O primeiro texto de lei proibindo a homossexualidade foi em 533, pelo imperador cristão Justiniano, tendo como pena de morte a prática gay. 

     Entre 538 e 544 as leis obrigavam gays a se arrependerem dos pecados e pagar penitência. 

     No século 7 nasce e se expande o Islamismo que junto com o cristianismo reforçou que sexo tinha que ser exclusivamente pra procriação.

     Durante muito tempo a religião condenava os prazeres da carne. Lá pelo século 14 a igreja católica entrou em crise com a Reforma de Lutero e o Humanismo Renascentista. Pintores, escritores, dramaturgos e poetas celebravam o amor entre homens e o gosto dos antigos pela forma masculina voltaram à tona. 

     Nessa época ainda entre a nobreza que costumava ditar moda, a homossexualidade sempre rolou solta (nada mudou com os dias atuais, que bom!!!). E o mais bacana: sem censura alguma, ficaram notórios os casos gays monarcas como o caso do rei inglês Ricardo Coração de Leão - um relato daquela época dizia que Ricardo teve como amante o rei Filipe 2° da França "comiam os dois todos os dias à mesma mesa e do mesmo prato, e à noite as suas camas não os separavam".

     No curto intervalo entre 1347 e 1351, a peste negra assolou a Europa e matou 25 milhões de pessoas. Como ninguém sabia a causa da doença, a especulação ultrapassava os limites da saúde pública e alcançava os costumes. O "pecado" em que viviam os homens passou a ser apontado como causa. Judeus, hereges e sodomitas tornaram-se a causa dos males da sociedade. Não havia outra solução a não ser a erradicação dessa turma. Medias pesadas foram tomadas.

     Lá em Florença, na Itália, a pratica gay foi proibida em 1432, com a crianção dos "Agentes da Noite". Isso gerou 70 anos de perseguição aos gays. Entre 1432 e 1502, mais de 17 mil foram incriminados e 3 mil condenados por sodomia. 

     Leis duras foram estabelecidas em vários outros países europeus. 

     Na Inglaterra, o século 19 começou com o enforcamento de vários cidadãos acusados de sodomia. E entre 1800 e 1834, cerca de 100 homens foram mortos. Apenas em 1861 o país aboliu a pena de morte para os atos de sodomia, substituindo por uma pena de 10 anos de trabalhos forçados (o que continuava sendo um absurdo).

     Já ouviram falar num tramento chamado Lobotomia? Foi um tratamento desenvolvido pelo médico português Antóno Egas, que chegou a ganhar o prêmio Nobel em 1949 por isso. O tratamento consistia em uma técnica cirúrgica que cortava um pedaço do cérebro dos doentes psiquiátricos, mais precisamente nervos do córtex pré-frontal. Na Suécia 3 mil gays passaram por essa cirurgia. Na Dinamarca a última cirurgia foi em 1981. O tratamento médico era empregado porque a homossexualidade passou a ser vista como uma doença, um defeito genético. 

     A situação só começou a mudar no fim do século passado, quando a discussão passou a SE LIBERTAR DE ESTIGMAS. Em 1979 a Associação Americana de Psiquiatria finalmente tirou a homossexualidade de sua lista oficial de doenças mentais. 

     Nos anos 80 a aids teve um resultado ambíguo para os homossexuais. Embora tenha ressuscitado o preconceito, já que a doença foi associada aos gays, também fez com que muitos deles viessem à tona, sem medo de mostrar a cara, para reivindicar seus direitos.

Enfim nos anos 90, a maioria dos países desenvolvidos descriminalizou a homossexualidade e proibiu a discriminação contra gays e lésbicas.

     Não há dúvidas de que sempre teve mais héteros do que gays no mundo. No entanto sempre ficou claro que a homossexualidade é uma característica da espécie humana. Para muitos, nos dias atuais, sair do armário continua sendo uma questão de tempo. As "portas" no entanto vêm sendo abertas desde a Antiguidade. Alexandre, César, Sócrates, Leonardo da Vinci e outros sabiam como era bom apalpar outra rola sem ser a sua ou beijar com força a boca de outro macho.  

     Na época do orkut quando eu tive meu primeiro contato com redes sociais eu tinha uma comunidade com algumas milhares de pessoas chamada "Meu Diário" onde relatava minhas fodas e minhas angústias. Naquela época eu vivia no armário, namorava mulher, queria casar enganando-a e a traindo com centenas de homens(nojo de mim), me achava superior aos demais gays por viver no armário, me achava superior "por ser fora do meio". Grande bosta, grande cretino limitado e covarde eu era. Tive tretas pesadas com militantes gays e sempre os critiquei e mandava eles se preocuparem com coisas mais importante. Eu era um otário. Graças a Deus que evolui como ser humano.      

     Meu respeito, minha admiração, meu carinho, minhas desculpas por minha omissão, minha gratidão a TODOS OS GAYS MILITANTES que deram a cara a tapa, que enfrentaram pais, família, sociedade homofóbica para apenas serem respeitados, nada mais que isso. Respeito quem vive no armário, mas sair do armário é ser inspiração pra quem vive de mentira. Eu me inspirei e me inspiro em muitos gays que saíram do armário e são fodas. Tive coragem de parar de viver em uma mentira graças a eles, pois vi que pode ser gay e pai, gay e família, gay e respeitoso, gay e leal, gay e não ser promiscuo, gay e ter um relacionamento decente leal e duradouro. Vou tentar no próximo post falar sobre algumas pessoas que me inspiraram, e se elas me inspiraram elas precisaram sair do armário, dar a tapa a cara, vencer o preconceito.